Algo que toque, que doa, atice.
Algo que não se explica, arrepie.
O ar gelado no momento certo.
Barulho do vento na pausa dramática.
Quente na bochecha. Frio na barriga.
O segundo anterior ao primeiro beijo.
O minuto depois do último.
O grito e depois a trégua.
A testa no pé da amada.
O milho grudado no joelho.
O ar dentro do copo.
O toque esperado.
A ânsia e o tato da face na pedra.
A lágrima que não sai.
A palavra que não existe.
O momento antes do sopro da vela.
Em todos os momentos e lugares, a todo tempo, cerca-nos com sua presença passageira. Nos leva e traz, sentidos, sentimentos. O raptamos do mundo, e o devolvemos modificado. Muitos nem o percebem, pois é invisível. Já 'pertenceu' a outros lugares, pessoas, épocas. Nos toca agora, e a todo momento nos envolve. Em brisa se mostra presente, e é onde lanço minhas palavras, para que se espalhe mundo afora, aos sensíveis, seu tato, mutante e silencioso.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
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gostei ;]
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